O cinema conheceu em sua história várias escolas, várias correntes. O mais famoso exemplo talvez seja a Nouvelle Vague, movimento francês liderado por figuras como Godard e Truffaut, e que foi em grande parte responsável por elevar o cinema ao status de arte. Temos ainda a ramificação no cinema do movimento surrealista, onde temos grande destaque para as obras-primas que Luis Buñuel realizou em conjunto com Salvador Dalí, Um Cão Andaluz e A Idade do Ouro; e o conhecido expressionismo alemão da década de 20, escola responsável por pérolas como O Gabinete do Dr. Caligari, Nosferatu e Metrópolis.

Mas provavelmente, entre todos esses, o movimento que eu mais goste seja o Dogma 95. Eis seus dez preceitos:
- Filmar em locações, sem cenários

- Filmar com som direto e sem trilha sonora
- Usar câmara no ombro
- Filmar em cores e sem iluminação artificial
- Abolir filtros e trucagens
-Abolir ações superficiais (assassinatos, armas, etc.)
- Sem referências temporais ou geográficas
- Os filmes de gênero são inaceitáveis
- O filme deve ter versão final em 35 mm.
- O diretor não deve ser creditado

O resultado de tudo isso é uma estética dialeticamente oposta à que Hollywood nos acostumou e filmes aos quais dificilmente nos ajustamos. E o mais interessante: trata-se de um choque não somente sobre a concepção comercial de cinema, mas mesmo sobre o que a maioria de nós entende como cinema artístico. Afinal, estamos imensuravelmente longe da estética impecável e deliciosa de um Tarkovsky ou mesmo de um Bertolucci.

Curiosamente, Anticristo, seu último filme, é dedicado a Tarkovsky.

A quem tiver curiosidade de conferir o que foi o Dogma 95, recomendo Os Idiotas, filme de Lars von Trier de 1998 – mas não esperem algo divertido ou minimamente agradável; ao contrário, preparem-se para um espanto em todos os sentidos do termo; ou, pelo menos, para duas horas bem cansativas.
oie avatar, adorei seu blog! tb estou aqui para te convidar a visitar o meu: leituraesperta.blogspot.com! :) beijos
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDogma 95 está longe de ser cansativo. Talvez chocante para olhos sensíveis
ResponderExcluirhttp://crisdelua.tumblr.com/