• título original:Inglourious Basterds
• gênero:Guerra
• duração:02 hs 33 min
• ano de lançamento:2009
• site oficial:http://www.inglouriousbasterds-movie.com/
• estúdio:The Weinstein Company / Universal Pictures / A Band Apart / Zehnte Babelsberg
• distribuidora:The Weinstein Company / Universal Pictures / UIP
• direção: Quentin Tarantino
• roteiro:Quentin Tarantino
• produção:Lawrence Bender
• música:
• fotografia:Robert Richardson
• direção de arte:Marco Bittner Rosser, Stephan O. Gessler, Sebastian T. Krawinkel, Andreas Olshausen, David Scheunemann, Steve Summersgill e Bettina von den Steinen
• figurino:Anna B. Sheppard
• edição:Sally Menke
elenco:
• Brad Pitt (Tenente Aldo Raine)
• Mélanie Laurent (Shosanna Dreyfuss)
• Christoph Waltz (Coronel Hans Landa)
• Michael Fassbender (Tenente Archie Hicox)
• Diane Kruger (Bridget von Hammersmark)
• Daniel Brühl (Fredrik Zoller)
• Til Schweiger (Sargento Hugo Stiglitz)
• Gedeon Burkhard (Wilhelm Wicki)
• Jacky Ido (Marcel)
• B.J. Novak (Smithson Utvich)
• Omar Doom (Omar Ulmer)
• August Diehl (Major Dieter Hellstrom)
• Denis Menochet (Perrier LaPadite)
• Sylvester Groth (Joseph Goebbels)
• Martin Wuttke (Adolph Hitler)
• Mike Myers (General Ed Fenech)
• Julie Dreyfus (Francesca Mondino)
• Richard Sammel (Sargento Werner Rachtman)
• Rod Taylor (Winston Churchill)
• Léa Seydoux (Charlotte LaPadite)
• Tina Rodriguez (Julie LaPadite)
• Lena Friedrich (Suzanne LaPadite)
• Maggie Cheung (Madame Mimieux)
• Samuel Jackson (Narrador)
• Cloris Leachman (Sra. Himmelstein)
• Samm Levine (Gerold Hirschberg)
Nota: não tenho a menor idéia, mas vá lá:
8,0(parâmetro/categoria: ação)
Alguns diretores continuam sempre os mesmos. De um lado isso é bom, pois significa que não traem seus princípios, não se vendem. De outro lado pode ser ruim, pois significa alguma estagnação em seu amadurecimento como artista.
Quem vê os Tarantinos Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Kill Bill ou Bastardos Inglórios (obras importantes citadas cronologicamente), vê Tarantinos muito parecidos. Sempre essa mistura tênue e bem articulada entre o cult e o pop, o artístico e o comercial. Se de um lado não há muito conteúdo, se os seus filmes não exatamente acrescentam algo ao espectador, também ao mesmo tempo não podem ser denominados entretenimento, não estão enquadrados nos padrões do gênero. Mesmo assim esse toque de algo que não sabemos o que é faz sempre com que gostemos. Gostemos de quê?
Bastardos Inglórios é a negação de toda a moral burguesa cristã, do perdão – se lhe batem numa face ofereça a outra –, da ética, do código penal, da honra, etcs. É a negação de todo e qualquer contrato formal; é o ser humano puro e intrínseco como ele o é, em sua origem – e não em sua origem bíblica, mas sua origem cavernosa –, animal, bruto, emotivo, não apenas sentimental mas emotivo, emotivo beirando o explosivo; ou mesmo explodindo. É o ser humano sem contratos sociais, sem sistemas, sem máscaras, sem moldes. O ser humano primitivo. O ser humano que já não existe mais.
É isso que agrada nos filmes de Tarantino. Vermo-nos sem qualquer pudor, censura, vermo-nos desnudos. Ver o que nunca nos foi permitido ser; e talvez por um momento sentir que o somos. Tarantino é escape.
É escape sem ser romântico, sem ser entretenimento, pois se não está inserido na lógica burguesa, mais do que isso, é totalmente inerente a ela, como foi mostrado. É um escapismo ao inverso. O romantismo clássico nos levava a um tempo idealizado. Mas hoje vivemos num tempo idealizado – com todas as instituições e morais burguesas operando em perfeita ordem e submetendo todo o comportamento humano ao padrão julgado ideal. Tarantino nos leva à desidealização do mundo. Românticos e refinados? Somos animais.
Assim Tarantino sempre foi o que é, e provavelmente sempre o será. Ele não é um artista que constrói em seus filmes reflexões ou teias complexas de sentimentos, não é um idealista; não tem o que amadurecer. Tampouco é um artífice do cinema industrial em busca de vender a moral burguesa para as massas. Assim, ironicamente, ele consegue uma proeza quase impensável: admiração de ambos, dos intelectuais e das massas. Todos saem de casa para ver sua visão única e tipicamente tarantina da Segunda Guerra – com direito a muita violência (intensa mas banalizada), descaso com a cronologia dos fatos, diálogos extensos e progressivos intensamente, habilmente construídos, trilha sonora nenhum pouco convencional contudo precisa, humor negro e referências pop; tudo isso suas marcas registradas.
Um candidato valioso para o Oscar. Não é o melhor filme do mundo; mas inevitavelmente agradará a todos.
Crítica feita em 17/02/2010
Prêmios:
GLOBO DE OURO
Venceu como melhor ator coadjuvante para Christoph Waltz
Indicado para Melhor Filme Dramático, Melhor Diretor e Melhor Roteiro
BAFTA
Venceu como Melhor Ator Coadjuvante
Indicado para Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Direção de Arte
Cannes
Venceu como Melhor Ator para Christoph Waltz
Indicado para Palma de Ouro
Bastardos Inglórios recebeu oito indicações para o Oscar 2010. As devidas atualizações serão feitas após o festival, que ocorrerá dia 7 de março.
As indicações são: Melhor Filme, Melhor Diretor para Tarantino, Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Walts, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia (Robert Richardson), Melhor Edição (Sally Menke), Melhor Edição de Som (Wylie Stateman), Melhor Mixagem de Som (Michael Minkler, Tony Lamberti e Mark Ulano)
Vencedor: Melhor ator coadjuvante para Christoph Waltz